Há exatamente um ano atrás eu estava deixando o escritório de advocacia no qual trabalhava para me lançar no mercado como advogado.
– Ué, mas você já não era advogado?
Sim. Mas o mercado não me conhecia. Minha rotina era entrar no escritório às 8h e sair às 18h. Resolver alguma coisa no horário de expediente? Só se avisasse com antecedência.
Eu queria ter tempo e liberdade para fazer as coisas que eu quisesse ou estar onde eu quisesse, sem ter que esperar as férias ou os finais de semana pra isso.
Um ano se passou. O que aconteceu? Estou escrevendo esse texto aqui de Ubatuba – SP, em plena terça-feira, tomando um café.
Se você está em dúvida entre advogar e prestar concurso público, ou mesmo abandonando o barco porque não aguenta mais as despesas do escritório, esqueça o aluguel da sala, as contas de luz, de internet e o cafezinho.
Advogados com visão de futuro já estão carregando seus escritórios na mochila e dispensando o espaço físico.
Confira essas três dicas que eu separei, se você quiser que essa realidade deixe de ser um sonho pra você, assim como deixou de ser pra mim.
1 – Monte seu modelo de negócio
Se você parar pra pensar, ter um espaço físico não é fundamental para advogar.
Pelo celular, eu checo e envio e-mails, recebo e avalio documentos e faço muito networking (principalmente no LinkedIn). Meus clientes entram em contato comigo sempre que precisam, seja por telefone ou por mensagem. Os processos judiciais eu acesso eletronicamente e minhas petições – e textos – são feitas no Word do meu notebook.
Ou seja, basicamente, preciso de um celular e um notebook para trabalhar.
Quando o caso necessita ou o cliente quer me encontrar para conversar, eu o convido para um café ou me ofereço para ir até ele. Além de ser mais cômodo pra ele – o que gera mais valor ao meu serviço – eu mostro que sou um advogado acessível e humano, tornando a relação mais leve, descontraída e, consequentemente, duradoura.
Portanto, deixe de lado a visão limitada de que todo advogado precisa de um escritório e crie seu próprio modelo de negócio. Você já tem o conhecimento jurídico e as ferramentas para aplicá-lo.
2 – Use a tecnologia a seu favor
Eu sou fã de aplicativos e ferramentas que facilitam a minha vida. Afinal, trabalhar por conta própria exige muita organização.
Como eu dependo de um celular e um notebook para trabalhar, fiz deles o meu próprio escritório, e tenho tudo o que preciso para me organizar, me comunicar e escrever.
Com o Wunderlist, por exemplo, consigo organizar simplesmente tudo, desde as finanças de casa até os prazos processuais. O aplicativo me dá um panorama das tarefas do dia e também da semana, todas divididas em pastas, permitindo que eu organize muito melhor o meu tempo. Para me comunicar, o bom e muito utilizado Whatsapp está aí. Faço ligações e chamadas por vídeo, dispensando qualquer custo com linha telefônica.
Na semana que vem vou fazer uma lista dos aplicativos e ferramentas que utilizo no meu dia a dia como advogado e escritor.
3 – Abrace a ideia de que qualquer lugar pode ser o seu escritório
Trabalhar em casa é excelente, mas é importante que você não fique isolado. Quanto mais contato com outras pessoas você tiver, maiores são as chances de surgirem oportunidades.
Portanto, coloque seu notebook na mochila e procure uma cafeteria, um coworking ou qualquer espaço com Wi-Fi, de preferência onde outras pessoas também frequentam para trabalhar. Essa é uma oportunidade incrível para você fazer networking, trocar ideias e, por que não, fazer clientes.
Conclusão
Quando eu trabalhava no modelo tradicional de escritório, o único contato que eu tinha era com o relógio. Ficava olhando para ele esperando o alinhamento dos ponteiros às 18h.
Eu lia muito sobre essa galera que trabalha de qualquer lugar do mundo e achava que isso era impossível pra mim, a não ser que mudasse de profissão.
Com um pouco de criatividade e muita coragem, eu mudei totalmente a minha forma de trabalhar. Hoje trabalho no horário que eu me sinto mais produtivo e não preciso esperar as férias para estar onde eu quero.
Se quiser, isso é possível pra você também.
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Escrito por: Pedro Custódio
Fonte: Jusbrasil