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Os golpes envolvendo o PIX têm se tornado uma realidade preocupante para muitos consumidores, que, em busca de maior praticidade nas transações financeiras, acabam se tornando vítimas de fraudadores.

Diante desse cenário, é fundamental que os advogados estejam preparados para atuar de forma eficaz na defesa dos interesses de seus clientes. Construir provas sólidas é essencial para obter êxito nos processos relacionados ao golpe do PIX, proporcionando a possibilidade de recuperação dos valores perdidos e a responsabilização dos envolvidos.

Neste artigo, discutiremos estratégias e abordagens para a construção de provas sólidas em ações de recuperação de consumo relacionadas a esse tipo de golpe.

O Código de Defesa do Consumidor (CDC), em seu artigo 14, estabelece a responsabilidade objetiva do fornecedor de serviços, incluindo as instituições financeiras, por vícios ou defeitos na prestação do serviço. Isso significa que, no caso de golpes do PIX, em que a instituição financeira falha em adotar as medidas de segurança necessárias para prevenir fraudes, ela pode ser responsabilizada independentemente da existência de culpa.

Nesse sentido, é fundamental para o advogado construir provas que demonstrem as falhas na prestação do serviço de segurança por parte da instituição, como a inobservância de medidas de gestão de risco previstas na Resolução BCB nº 147/2021.

Além disso, o CDC também ampara a responsabilidade pelo fato do produto ou serviço, o que implica na obrigação de reparar os danos causados ao consumidor em virtude de falhas na segurança do sistema financeiro.

No Código Civil, a responsabilidade civil é regida pelos artigos 186 e 927. O artigo 186 prevê que aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Já o artigo 927 estabelece que aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

No contexto do golpe do PIX, a construção de provas sólidas deve apontar para a existência de negligência por parte da instituição financeira em relação à segurança de seus serviços, o que resultou no dano ao cliente. Com base nesses dispositivos legais, o advogado pode requerer a reparação dos danos sofridos pelo consumidor devido à falha na prestação do serviço, inclusive danos materiais e morais.

O Código de Processo Civil (CPC) também possui dispositivos relevantes para a construção de provas sólidas em ações de recuperação de consumo relacionadas ao golpe do PIX. O artigo 369 do CPC estabelece o dever de cooperação das partes e do juiz na produção de provas, o que significa que cabe ao advogado atuar de forma diligente na obtenção das evidências necessárias para embasar sua argumentação. Além disso, o artigo 373 do CPC determina que o ônus da prova incumbe ao autor, o que torna ainda mais importante para o advogado reunir as provas necessárias para sustentar a ação judicial. Nesse sentido, o advogado pode se valer de documentos, perícias técnicas, depoimentos de testemunhas e relatórios de segurança da instituição financeira para construir um caso sólido e convincente.

Na ação judicial relacionada ao golpe do PIX, a construção de provas sólidas envolve a apresentação de diversos documentos que sustentem as alegações do cliente e comprovem a ocorrência da fraude e a responsabilidade da instituição financeira. Abaixo, destacamos uma lista de documentos frequentemente utilizados na ação do golpe do PIX:

  • Comprovantes de transferência: São os registros das transações financeiras realizadas pelo cliente, mostrando os valores, datas e contas envolvidas nas transferências fraudulentas.
  • Extratos bancários: Os extratos bancários são fundamentais para demonstrar a movimentação financeira do cliente e comprovar a ocorrência das transferências indevidas.
  • Mensagens de texto ou e-mails dos fraudadores: Essas comunicações podem conter informações relevantes, como dados bancários, senhas e outras tentativas de golpe.
  • Relatório de segurança da instituição financeira: Caso o cliente tenha tentado reportar a fraude ou solicitar o bloqueio cautelar dos recursos, é importante obter um relatório da instituição que demonstre o histórico das interações e o tratamento dado ao caso.
  • Laudos técnicos de perícia: Em casos mais complexos que envolvam quebras de segurança ou rastreamento de IP dos golpistas, a realização de perícias técnicas pode fornecer laudos detalhados que embasem as alegações do cliente.
  • Protocolos de atendimento: Caso o cliente tenha entrado em contato com a instituição financeira para relatar a fraude, é importante obter os protocolos de atendimento, que podem comprovar a tentativa de solucionar o problema.
  • Declarações de testemunhas: Caso o cliente tenha sido vítima de golpe do PIX juntamente com outras pessoas, as declarações de testemunhas podem ser utilizadas para comprovar a ocorrência da fraude.
  • Contratos e termos de serviço: Os contratos e termos de serviço assinados pelo cliente com a instituição financeira podem conter cláusulas relacionadas à segurança do PIX e às responsabilidades das partes.
  • Comunicações com a instituição financeira: E-mails, cartas e outros documentos enviados pela instituição financeira ao cliente podem ser relevantes para demonstrar a conduta da empresa em relação à fraude.
  • Registros de bloqueio cautelar: Caso o cliente tenha solicitado o bloqueio cautelar dos recursos durante a análise da transação, é importante obter registros que comprovem essa solicitação.

É essencial que o advogado analise cuidadosamente cada documento e utilize-os de forma estratégica na construção da argumentação da ação judicial. A reunião de provas sólidas é fundamental para garantir a efetividade do processo e a defesa dos direitos do cliente, buscando a reparação dos danos causados pelo golpe do PIX e a responsabilização da instituição financeira por sua falha na prestação do serviço de segurança.

Em conclusão, a construção de provas sólidas é um pilar fundamental para o sucesso na defesa dos consumidores vítimas de golpes do PIX. A obtenção de evidências documentais, a atuação de peritos técnicos e a oitiva de testemunhas são estratégias que podem fortalecer a argumentação do advogado, enquanto o embasamento nas normas do CDC, Código Civil e CPC proporcionam fundamentação legal sólida para o pedido de reparação de danos. Com uma abordagem consistente e alinhada com a legislação vigente, os advogados estão preparados para oferecer um suporte eficiente aos seus clientes e garantir a defesa de seus direitos em casos de golpes do PIX. Ao se dedicarem a essa área em ascensão no mercado jurídico, os advogados têm a oportunidade de ampliar suas atuações, destacar-se profissionalmente e oferecer serviços especializados que proporcionem segurança e justiça aos consumidores lesados por essas práticas criminosas.

Próxima quinta-feira 03/08/2023 às 20 horas teremos nossa Aula Experimental Ao Vivo sobre Como construir Provas Sólidas para uma Ação contra o Golpe do Pix.

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